sábado, 20 de agosto de 2011

Velha Infância


Nas pedrinhas que provocam calos ao correr descalço na nossa antiga rua, relembro as imagens nas quais a diversão e brinquedos eram as únicas preocupações, tais recordações que hoje passam  despercebidas nas suas lembranças, contudo, nas minhas elas insistem em aparecer.
Duas ou três fotos, uns ritmados disparos de armas e flores são as únicas coisas que me passam por aquilo que chamo de alma. Uma saudade que chega como uma avalanche. Tento olhar para você, desvio o olhar, tento mais uma vez e as lágrimas embaraçam a visão, por última tentativa, olho para o sorriso mais malicioso do mundo, para um olhar que não se abrirá mais, vejo o meu menino, aquele que servia como refúgio, meu melhor abrigo.
Menino tolo resolveu privatizar sua vida para o sistema, estúpido, o sistema o comprou por um diminuto preço. A todo tempo eu sempre estive lá, e por um descuido momentâneo você caiu em seu próprio abismo, aniquilou a sua existência, estúpido!
Hoje o espelho me revela que o tempo da aquarela já passou, e eu não posso voltar atrás, perdão por estar tão ocupada e não ter visto o tempo passar a saudade faz uma menina chorar.





Esse texto eu dedico a um super amigo, que entrou para um mundo do qual não se pode voltar mais . Dedico isso a uma vitima da sociedade. Dedico a tempos que não voltam mais.

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